GRANDE ENTREVISTA

INOOVE

Planeamento e ordenamento... do coração!

Há mais nas pessoas que a simples vivência 

Inês Anjos

Estamos a poucos dias do Natal e, por isso, não fazia muito sentido falar de planeamento e ordenamento do território... mas fará muito mais sentido falar de planeamento e ordenamento do nosso coração, pois, este próximo fim-de-semana é aquela altura do ano em que nos recolhemos, junto dos nossos, num clima de paz e muito amor, união e amizade.

Tal como, há muitos anos atrás, houve uma estrela magnificamente cintilante que iluminou o caminho dos Reis Magos, também este ano há no céu uma nova estrela, que, ofuscando todas as demais, está lá a olhar por muitos de nós. Muitos de nós que tiveram o privilégio de, até há um mês atrás, a ver cintilar em todo o seu esplendor aqui bem juntinho a nós, até ao dia em que nos foi roubada... Todo o tempo, para aqueles que gozaram desse privilégio, teria sido pouco, mas, ainda assim, foi suficiente para tornar esse privilégio absolutamente inesquecível. Será, por isso, o Natal mais pobre de todos...

Mas, porque é Natal, e porque o momento assim convida, muito tenho refletido sobre a amizade, e convido-os a fazer o mesmo. Essa palavra de uso tão banal, mas que, na prática, é tão singular! É o melhor dos presentes!





A amizade é fundamental na nossa vida: é uma palavra, um carinho, um sentido de preocupação, um querer saber. É o encetar esforços, sem esforço algum, para nos colocarmos no lugar da outra pessoa. Na verdade, é tudo aquilo que o Natal deveria representar, forçando-nos a parar, pensar, refletir, e, principalmente, valorizar. Amizade é cuidado. Amizade não é para sempre, é dinâmica, vai acompanhando a constante mudança, as nossas próprias mudanças ao longo do tempo, os vários "eus" que vamos sendo e, mesmo assim, está lá! Nós somos um bocadinho daqueles que, com a sua amizade, nos presenteiam. O laço de amizade é tão ou mais forte que um laço de sangue, é o que faz tudo valer apenas, porque não estamos sós! Não é um dado adquirido, e não depende só da nossa vontade. É como se, em determinados momentos da nossa vida, os nossos astros se alinhassem com os de alguém, que também se identifica e preocupa connosco. E, por vezes, temos esse privilégio de alinhamento para a toda a vida, outras vezes, das várias mudanças, resulta um desalinhamento... O que faz concluir que, se a amizade é tão boa, e tão rara, porque é que, por vezes, não a valorizamos como devemos?

Porque a vida é complicada, as rotinas instalam-se, mas é importante não esquecer, não deixar para amanhã aquele telefonema, aquele beijinho, aquele abraço, aquele carinho. Porque, às vezes, as frases feitas fazem todo o sentido, e porque o tempo não volta atrás, e porque, pelo menos no Natal, os corações estão mais recetivos, pensemos nisso! É tão raro encontrar alguém amigo de verdade! A metáfora do alinhamento dos astros é, simbolicamente, tradução dessa raridade! Afinal, o amor e a amizade são, ou não são, o mais importante? É que, às vezes, não parece, não lhe dedicamos a nossa maior atenção, por circunstâncias variadas, e está nas nossas mãos mudar esse rumo.

Temos, certamente (e ainda bem), pessoas nas nossas vidas a quem devemos um profundo agradecimento pela amizade. Podem ser poucas, mas são! É tão bom termos amigos, e, para o agradecer, devemos ser amigos dos nossos amigos também, estar lá, pois todas as alegrias que isso proporciona apazigua, de alguma forma, as tristezas também, mesmo as mais devastadoras tristezas...

Dedico, hoje, o meu profundo e inabalável sentimento de amizade a ti, minha (nossa) "estrelinha", que tanto brilhaste por cá, e ainda mais brilharás, onde quer que estejas! Para sempre estarei grata pelo privilégio dos nossos astros se terem alinhado, e durante os anos em que eu puder ficar por cá, vou continuar a dedicar-te esse meu profundo e verdadeiro sentimento.


Entrevista com Raquel Alves

Empreendedora no Ramo Apícola 

Raquel Sofia, Natural da Sertã formou-se em Geografia pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, realizou Mestrado em Sistemas de Informação Geográficos na Universidade Nova de Lisboa onde realizou um estudo sobre apicultura e mapeamento dos potenciais apícolas do concelho de Leiria.

Formou a empresa FazBeeRural, Lda sediada na SerQ (Centro de Inovação e Competências da Floresta, onde produz e comercializa mel da Região.

A Beerural foi distinguida com o prémio Great Taste 2017, premiando a qualidade e a valorização que a Beerural tem realizado em prol da Produção de Mel.

1 - O que tem a apicultura de tão especial?

A apicultura caracteriza-se por uma atividade que preenche os requisitos base da sustentabilidade ambiental, social e económico, destacando-se o serviço de polinização na maioria dos alimentos que chegam às nossas mesas (Estima-se que 76% da produção alimentar na UE depende da polinização das abelhas, EU 2011).

As abelhas, para além da sua fantástica organização de trabalho e, muitas vezes mais organizada do que nós, a colmeia disponibiliza produtos nutritivos com benefícios para a saúde como o mel, o pólen, a propólis, a geleia real e a apitoxina.

A apicultura é uma actividade imprescindível e tem muito de especial e, infelizmente em Portugal são poucas as estratégias para o desenvolvimento de iniciativas que alcancem um público-alvo diverso, de forma a"despertar" a sociedade para a importância das abelhas, assim como valorizar os produtos apícolas e a profissão de apicultor. E com tanto de especial, não compreendo como continua a ser um sector pouco valorizado dentro dos Ministérios ou Direcções Regionais do nosso Estado, no qual deviam valorizar e rentabilizar melhor o sector, com o contributo de diversos profissionais que primam por um serviço de excelência e partilham os seus conhecimentos.

2 - Porque investir no interior e na área apícola?

A apicultura contribui, de forma constante, para a continuação do enriquecimento das componentes económica, social e ambiental, mostrando a importância da sua integração nos planos de gestão florestal e nos programas de apoio ao desenvolvimento rural. Se a região Centro regista condições ambientais favoráveis à apicultura, temos por missão desenvolver a apicultura no Território, de forma integrada e articulada. Na minha opinião e, perante a realidade no sector, o importante não é vender mais mas sim vender melhor, num ciclo corporativo continuo em defesa do produtor. Penso que o sucesso está na observação dos pequenos detalhes e é nisso que a marca BeeRural aposta, de forma a valorizar a apicultura em Portugal, assim como alertar a sociedade para a importância das abelhas no equilíbrio ecológico do planeta.

3 - É possível ter um negócio auto sustentado na apicultura?

É possível, mas complexo. É um negócio que exige muita dedicação, esforço e resiliência a longo prazo, sendo essencial ter conhecimentos bem consolidados do sector, quantidade no efetivo e o tipo de produtos que são explorados.

Pode ser um negócio mais sustentado se houver cooperação e a organização associativa assente em propostas de valor (e não de concorrência) com benefícios para o desenvolvimento do setor. Por exemplo, a BeeRural tem parcerias com entidades a nível do privado e cooperativa, no qual tem crescido com a colaboração de excelentes profissionais que temos no sector, com motivação de oferecer ao mercado o melhor serviço e produto.

4 - Que mais valias tem o conhecimento académico na sua actividade?

O conhecimento académico e a experiência profissional, permitiu identificar as fragilidades e potencialidades do sector apícola e, assim criar estratégias com o objetivo de valorizar a apicultura (recursos endógenos) e desenvolver programas e atividades de forma a proporcionar, aos apicultores e futuros produtores, meios para construir conhecimentos, adquirir competências e interiorizar atitudes e valores.

Temos como proposta de valor promover a apicultura portuguesa nas várias faixas etárias, prestando um serviço de proximidade com os produtores, entidades locais e a comunidade escolar, desenvolvendo estratégias que promovam medidas que contribuam para o bem-estar das abelhas.

No sector apícola, existem diversos temas discutíveis, como a limitação das Zonas (Des)Controladas. Somos um país com 92 212 km², e questiono por vezes na brincadeira, estamos a falar de Abelhas ou Ovelhas? O meu conhecimento académico destaca que é necessário distribuir os apoios em função das necessidades de cada organização associativa e estas trabalharem entre si em parceria, por isso a importância do planeamento e ordenamento apícola.


5 - Ser mulher e trabalhar no sector primário é um obstáculo ou uma vantagem?

Não verifico obstáculos nem vantagens. Sendo homem ou mulher ambos têm resultados em função da sua resiliência, empenho e motivação.

6 - Há potencial de crescimento da actividade?

Sim, se o sector apícola se tornar mais organizado e com medidas de apoio ao apicultor em função da sua produtividade e escala. A apicultura é uma atividade que tem crescido em Portugal, cada vez mais com pessoas profissionalizadas, com o objetivo de rentabilizar da melhor forma o seu produto e partilhar o seu conhecimentos com a comunidade apícola.

Para o desenvolvimento do sector apícola em Portugal é essencial equipas integradas, (porque será muito superior à soma dos talentos separados) marcadas pela sua genuinidade, resiliência e persistência, com a capacidade de criar estratégias, num ciclo corporativo contínuo em prol do produtor.

7 - O Interior pode assumir um papel importante na exportação de mel?

Sim, mas assente numa estrutura de cooperação e organização associativa, interligada com o sector privado. Como já foi referido, a região Centro regista condições ambientais favoráveis e, a sua paisagem destaca-se com potenciais lugares para a produção de produtos apícolas de excelente qualidade.

Qual a vantagem da apicultura para reduzir os incêndios florestais?

A apicultura engloba e depende largamente das características físicas do território e das atividades socais e ambientais, ajudando a promover o desenvolvimento local e sustentado do Território. E para evitar um desastre como os incêndios florestais é preciso a ocupação das pessoas nos espaços florestais através da exploração de atividades como a apicultura, a resinagem entre outros, de forma a trazer alguma responsabilidade na prevenção, combate e apoio à decisão.

9 - O que era o mundo sem abelhas?

Como dizem as minhas crianças "se não houvesse abelhas, não tínhamos frutos diversos, a flor não produzia, não havia Mel...

Portugal pode ser a colmeia da Europa?

Sendo Portugal um dos países que regista condições ambientais favoráveis à apicultura, existem condições para desenvolver a apicultura no seu território, de forma integrada e articulada com entidades que nele actuam e com entidades externas.

Ciência no Interior

Porquê o interior?

Devo confessar que nem sempre quis ficar no interior e estive muito próxima de emigrar, muitas vezes queremos ficar mas não nos são dadas essas condições. Contudo tive a oportunidade de ficar porque têm surgido cada vez mais instituições que nos dão essa possibilidade, é positivo perceber que o interior está a desbravar o seu potencial e a mostrar ao litoral e às grandes cidades que também pode fazer acontecer, que tem imenso valor que pode ser trabalhado e explorado, captando simultaneamente talento jovem. Temos assistido a uma emergência de empreendedores jovens com ideias inovadoras que nos representam dentro e fora de portas, e que nos aportam um enorme orgulho e reconhecimento por todo o trabalho que é desenvolvido nesta região. Escolhi ficar, porque quero contribuir para este crescimento, porque acho que isso passa por fixar massa crítica, o progresso passa muito pelos jovens e pela sua criatividade, o futuro pertence-lhes e são eles que vão continuar o caminho que está agora a ser percorrido.


Que impacto o conhecimento científico pode ter no nosso território?

O conhecimento científico tem um papel preponderante e de extrema importância no nosso território, só assim teremos oportunidade de através do conhecimento sistemático, objetivo e preciso, garantir o seu desenvolvimento e crescimento. O conhecimento científico é uma conquista da humanidade que nos permite trabalhar no sentido da evolução e do desenvolvimento tecnológico de uma forma consciente. Será portanto um impacto positivo, pois este permite-nos compreender aquilo em que podemos apostar, aquilo com que podemos trabalhar e surtir daí os frutos que nos permitirão continuar a querer investir no nosso território e a dar-lhe o reconhecimento que lhe é devido.


A ciência é mais difícil no interior para as mulheres?

Acredito que de uma forma geral este tipo de ideias estão a ser desconstruídas, as mulheres têm conquistado o seu lugar na ciência e vários são os grandes exemplos que temos, e é de notar que a contribuição da mulher para a ciência começou muito antes dos movimentos de revolução feminista. A ciência poderá ser mais difícil no interior, algo que a bom ritmo está a ser colmatado, se é mais difícil para as mulheres, não creio, talvez no mundo empresarial o seja mais, algo que também penso que está a mudar, porque cada vez ocupamos posições mais sólidas na sociedade moderna, estamos a ir na direção da democratização de oportunidades.


Poderá ser a tecnologia desenvolvida nestes territórios de baixa densidade ser um factor diferenciador no desenvolvimento do interior?

Penso que sim. A ciência, a tecnologia e a inovação são instrumentos fundamentais para o desenvolvimento, crescimento económico e geração de emprego que o interior tanto precisa e que estão diretamente relacionados com o espírito empreendedor e com a indústria, que no seu conjunto constituem os alicerces das sociedades que têm procurado o desenvolvimento gerado pelo conhecimento. Na ótica industrial, da tecnologia e dos serviços é necessária a aplicação de novas ferramentas e tecnologias para o aumento da produtividade e da mecanização. Neste âmbito, o trabalho de investigadores, técnicos e académicos e a cooperação com as empresas são fatores determinantes para a consolidação de um modelo de desenvolvimento sustentável, capaz de atender às demandas ambientais, sociais e económicas. Esta cooperação nesta região tem sido um fator importante, devido à existência de um tecido empresarial bastante sólido e cooperativo com um interesse em comum: a expansão e valorização da Região Interior Centro.


Vera Dias, uma talentosa Investigadora

Vera Dias, é orgulhosamente natural de Oliveira do Hospital, uma cidade localizada na Região Interior Centro de Portugal. É formada pela Universidade de Coimbra, tendo o seu percurso académico passado por uma Licenciada em Biologia, é Mestre em Biotecnologia Vegetal e, como eterna apaixonada pelo reino das plantas, realizou uma pós-graduação em Medicamentos e Produtos de Saúde à Base de Plantas e, ainda frequentou um curso de e-learning sobre Plantas Aromáticas e Óleos Essenciais. Neste momento trabalha como investigadora numa instituição direcionada para a tecnologia e inovação, sendo parte integrante do departamento de ambiente e qualidade de vida onde se dedica a estas temáticas e onde tenta solucionar problemas ambientais que estão mesmo à nossa porta, sendo que ao mesmo tempo tentam valorizar esses resultados, incrementando o potencial da nossa região. Acredita que se queremos ter algum impacto positivo, seja no ambiente ou na sociedade, temos que começar pelos problemas que conhecemos e com os quais nos deparamos diariamente, e então, a partir daí poderemos avançar, acredita que o importante é darmos o nosso contributo, materializar as soluções.


É possível a investigação em territórios desfavorecidos?

Com certeza que sim, isso é já há algum tempo uma realidade nesta região. Com uma breve pesquisa, ou se estivermos atentos às notícias, podemos constatar que é feita investigação nos mais diversos setores e que esta nos tem levado aos mais diversos painéis nacionais e internacionais do mundo da ciência aliada à economia e ambiente. Por isso, estes territórios devem deixar de ser considerados desfavorecidos para passarem a ser olhados como territórios em que existe a oportunidade de lhes incrementar valor, aproveitando os recursos endógenos ou estabelecendo outros potenciais. A verdade é que temos imenso valor, como zona rural e central, que deve ser sustentado por políticas públicas convergentes neste sentido e que estão a ser implementadas, a médio e longo prazo, que estimulem a competitividade empresarial, tendo como base a investigação. Nada surge sem trabalho de base, sem investigação, e daqui partimos para a competitividade saudável e geradora de novas ideias, nestes territórios regionais à espera de serem convertidos em subsistemas funcionais operativos, que devem trabalhar em rede com outros territórios adjacentes, promovendo a cooperação territorial descentralizada. Devemos, por isso, criar networks, estabelecer pontes que permitam a todos crescer, aliando a investigação ao mundo empresarial, penso que é uma relação indissociável, nenhum sobrevive sem o outro.


Sente que é preciso quebrar barreiras?

Tal como referi num dos pontos anteriores, devemos criar networks, estabelecer pontes que permitam a todos crescer, aliando a investigação ao mundo empresarial. Para tal será necessário quebrar algumas barreiras, sejam elas políticas, sociais ou económicas, que de alguma forma impeçam o desenvolvimento da ciência e da aplicação tecnológica nestes territórios. A verdade é que existem sempre barreiras em qualquer que seja o assunto, e é a partir daí que se dá o progresso. Quebrar barreiras é necessário, mesmo em algo tão simples como uma ideia, aceitar o novo, a criatividade, por vezes não é fácil quando se está perante uma plateia habituada ao comum e ao conhecido, quebrar barreiras é o desbravar de caminhos menos percorridos, mas que são aqueles que nos podem abrir novas portas e nos podem fazer chegar aos resultados que tanto ambicionamos.


O futuro é hoje?

Sim, o futuro é hoje e nós já estamos a viver nele, é uma construção diária, somente haverá tecnologia amanhã se houver dedicação e investimento em ciência no agora, no hoje. Caminhamos a passos largos para a progressão do conhecimento e da tecnologia em prol de sistemas sustentáveis aliados à inovação e à criatividade. O futuro passa por estas regiões, é aqui o potencial de crescimento e sentido de oportunidades são maiores. 


O que perspetiva a 10 anos, teremos mais ciência nas nossas vidas?

Como eu disse o futuro passa pela ciência e pela tecnologia, ao ritmo que vivenciamos, não só nestas vertentes, daqui a 10 anos tenho a certeza que esta estará mais presente e vincada nas nossas vidas, será uma presença efetiva que nos permitirá compreender melhor os sistemas que nos rodeiam e que nos permitirá solucionar desafios futuros com mais destreza. A preocupação com estas questões relacionadas com a problemática ambiental têm levado a que exista uma maior consciencialização global, numa preocupação crescente com a sustentabilidade em todas as suas formas, tal como Marie Curie afirmou "Cada pessoa deve trabalhar para o seu aperfeiçoamento e, ao mesmo tempo, participar da responsabilidade coletiva por toda a humanidade". Neste sentido, o desenvolvimento das regiões do interior podem ter um papel muito importante, descentralizando a economia capitalista dos grandes centros.




Entrevista a Romeu Martins, administrador da Empresa E-Rega

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